Opções para substituir Raul Gil aos sábados
Por Gabriel Reis* (gabrielviannareis@gmail.com)
Na última sexta-feira, Raul Gil Júnior, diretor do “Programa Raul Gil” e filho do famoso apresentador, anunciou em seu Instagram o encerramento do contrato do pai com o SBT. O diretor publicou:
Apesar de inicialmente nebuloso, ao longo do dia os detalhes da saída foram divulgados aos poucos. O apresentador permanecerá no ar até o dia 24 de dezembro e a iniciativa da saída partiu do próprio SBT, visando novos projetos para 2017.
“Chega ao fim... A vida tem muitas verdades. Uma delas é que longas parcerias, por mais bem sucedidas que sejam, sempre chegam a um fim. Pacífico, tranquilo, sereno, equilibrado e com as portas abertas. Como tem que ser... Foram anos e anos de alegrias, processos criativos e constante trabalho árduo, que valeram muito para o crescimento de ambas as partes. Agora é hora de novos desafios. Obrigado, Silvio Santos e SBT! Eu, meu pai e toda a nossa equipe de produção jamais esqueceremos o tempo em que trabalhamos juntos. Agora, o desafio é outro. Sigamos todos em frente!"
Apesar de inicialmente nebuloso, ao longo do dia os detalhes da saída foram divulgados aos poucos. O apresentador permanecerá no ar até o dia 24 de dezembro e a iniciativa da saída partiu do próprio SBT, visando novos projetos para 2017.
Publicação de Raul Gil Júnior anunciando a saída do SBT
A grande questão é: o que pode e deve ser exibido no lugar do “Programa Raul Gil”? O único projeto anunciado para os sábados é o “Operação Mesquita”, novo programa de Otávio Mesquita, que, a princípio, não ocuparia a faixa de Raul Gil. Abaixo vamos listar algumas possibilidades:
1 – Patricia Abravanel
É a opção mais ventilada na imprensa. Acredito que, antes do formato, é preciso ter bom senso para se analisar a capacidade de apresentação de Patricia Abravanel. É natural que, como pai, Silvio queira o sucesso de sua filha. O “Máquina da Fama” é, como o próprio Silvio falou, o programa “mais bonito” do SBT. Nenhum deles tem uma fotografia ou figurino tão bem cuidados, um cenário bonito e multiuso e um diretor experiente (Michael Ukstin), responsável por dirigir um programa com a complexidade do “Teleton”.
Patricia mesmo com tudo isso a seus pés, ainda está muito longe de ser uma apresentadora de verdade. Não tem a capacidade comunicacional do rádio, carisma ou presença de palco. Fica muito presa ao teleprompter e só rende bons momentos quando entra na “piada” de ser filha do dono (o que costumeiramente acontece no “Teleton” e no “Jogo dos Pontinhos”). A realidade é que Patricia ainda engatinha em um “Máquina da Fama”, que com todo apoio do SBT e do próprio pai, fechou com 6,38 pontos em outubro, concorrendo o programa mais fraco da linha de shows da Record, o “Xuxa Meneguel”. “Cine Espetacular”, “Pra Ganhar é só Rodar”, “Tela de Sucessos” e “A Praça é Nossa” tem desempenhos melhores, mesmo enfrentando uma concorrência mais dura como “Masterchef” e “Gugu”.
A minha impressão é que Patricia se sobressairá apenas em um confronto direto com Xuxa Meneguel (se essa for para os sábados), muito em função de Xuxa ser péssima em audiência. Se a intenção for criar um grande programa de auditório aos sábados, dentro e fora do SBT, há nomes melhores: Celso Portiolli, Eliana, Gugu Liberato, Ratinho, o próprio Raul Gil e até Gilberto Barros.
2 – Filmes
É a opção mais simples e imediata de todas. Recorrer ao acervo de filmes é tática usual e comum em todas as emissoras que visam preencher buracos de grade. Até a TV Globo, famosa por seu planejamento, utiliza essa tática nos buracos deixados pelo futebol e nas férias de sua linha de shows. A solução, que soa “preguiçosa”, hoje enfrenta duas barreiras que há pouco tempo não existiriam: os filmes hoje têm um potencial de audiência menor que anos atrás.
Apesar de conseguirem índices suficientes para manter a audiência de Raul Gil (aproximadamente 6 pontos), dificilmente conseguiriam dar muito mais do que isso, tendo em visto a própria audiência das sessões de filmes do SBT e share baixo do sábado à tarde.
O segundo ponto é a grande interrogação que há sobre o acervo de filmes do SBT atualmente. Os filmes remanescentes do contrato com a Warner são reprises antigas e hoje a gigante norte-americana é parceira da Globo, logo, a tendência é que a TV Globo segure os principais filmes da distribuidora hollywoodiana. A segunda parceira de maior destaque no SBT é a Columbia Pictures. Essa, sofre do mesmo problema da Warner. Possui a Globo como parceira que tem a preferência sobre seus títulos.
Abrir uma nova sessão de filmes, sem reforçar o acervo, não me parece a solução ideal. Sobre essa questão, já sugerimos aqui um acordo com a Universal Pictures (leia aqui).
3 – Operação Mesquita
É o projeto que, publicamente, há mais tempo está em andamento. O principal ponto aqui é o formato. Do que se trata “Operação Mesquita”? Os programas apresentados por Otávio Mesquita (“Okay Pessoal!”, “A Noite é uma Criança”, “Perfil”) sempre foram notabilizados por exibirem entrevistas e reportagens, sem um compromisso maior com a audiência, geralmente exibidos durante a madrugada.
A tarde de sábado é um território muito mais “hostil” em relação a audiência. Em “Okay Pessoal!” optou-se por retirar o programa do estúdio (para reduzir custos) e deixar o formato totalmente nas mãos de Mesquita (segundo o próprio, ele “só entregava a fita pro SBT exibir”). Um investimento aos sábados à tarde, tendo pela frente adversários mais fortes, demandará um investimento muito maior em dinheiro e atrações.
4 – Gugu Liberato / Celso Portiolli
Coloco os dois juntos, pois vejo o futuro de Celso diretamente ligado a uma volta de Gugu ao SBT. Gugu não saiu da melhor forma do SBT, mas ainda é, sem dúvida, um dos maiores apresentadores do país. É um colecionador de sucessos em sua carreira, tem identificação com a emissora e um recordista nato de audiência. Celso Portiolli, por sua vez, tem uma longa lista de serviços prestados ao SBT, se adaptando as mais diferentes situações (desde cobrir “férias forçadas” da Galisteu a substituir Gugu Liberato), tendo se adaptando a diferentes formatos e tendo uma lista de sucessos incríveis em sua carreira, apesar de menores que Gugu Liberato.
Hoje, o melhor cenário para o SBT é ter o dois em seu casting. Um aos sábados, outro aos domingos. O melhor cenário para mim seria uma volta “triunfal” de Gugu para os domingos. O SBT, no momento, enfrenta derrotas constantes de 11 da manhã até 8 da noite aos domingos, só se recuperando com o “Programa Silvio Santos”. A grade de domingo pede uma “chacoalhada” que seria dada pela própria importância da volta de Gugu. A grande questão seria não abandonar um nome tão importante para o SBT como Celso Portiolli. Para Portiolli seria reservado um grande programa aos sábados, digno de, quem sabe, assustar Luciano Huck.
O “Sábado Legal, com Celso Portiolli” poderia mesclar quadros antigos de Portiolli como o “Passa ou Repassa”, provas de aventura do “Curtindo uma Viagem” e quadros de namoro renovados e melhor produzidos como o “Azaração” (criação do próprio Portiolli que só teve uma edição na TV) ou o “The Bachelor” (tradicional programa de namoro norte-americano, já citado aqui nesta coluna).
Gugu de volta aos domingos, com Celso Portiolli aos sábados é o melhor cenário para o SBT.
E para você? Qual é a melhor opção para os sábados do SBT após a saída de Raul Gil?
A grande questão é: o que pode e deve ser exibido no lugar do “Programa Raul Gil”? O único projeto anunciado para os sábados é o “Operação Mesquita”, novo programa de Otávio Mesquita, que, a princípio, não ocuparia a faixa de Raul Gil. Abaixo vamos listar algumas possibilidades:
1 – Patricia Abravanel
É a opção mais ventilada na imprensa. Acredito que, antes do formato, é preciso ter bom senso para se analisar a capacidade de apresentação de Patricia Abravanel. É natural que, como pai, Silvio queira o sucesso de sua filha. O “Máquina da Fama” é, como o próprio Silvio falou, o programa “mais bonito” do SBT. Nenhum deles tem uma fotografia ou figurino tão bem cuidados, um cenário bonito e multiuso e um diretor experiente (Michael Ukstin), responsável por dirigir um programa com a complexidade do “Teleton”.
Patricia mesmo com tudo isso a seus pés, ainda está muito longe de ser uma apresentadora de verdade. Não tem a capacidade comunicacional do rádio, carisma ou presença de palco. Fica muito presa ao teleprompter e só rende bons momentos quando entra na “piada” de ser filha do dono (o que costumeiramente acontece no “Teleton” e no “Jogo dos Pontinhos”). A realidade é que Patricia ainda engatinha em um “Máquina da Fama”, que com todo apoio do SBT e do próprio pai, fechou com 6,38 pontos em outubro, concorrendo o programa mais fraco da linha de shows da Record, o “Xuxa Meneguel”. “Cine Espetacular”, “Pra Ganhar é só Rodar”, “Tela de Sucessos” e “A Praça é Nossa” tem desempenhos melhores, mesmo enfrentando uma concorrência mais dura como “Masterchef” e “Gugu”.
A minha impressão é que Patricia se sobressairá apenas em um confronto direto com Xuxa Meneguel (se essa for para os sábados), muito em função de Xuxa ser péssima em audiência. Se a intenção for criar um grande programa de auditório aos sábados, dentro e fora do SBT, há nomes melhores: Celso Portiolli, Eliana, Gugu Liberato, Ratinho, o próprio Raul Gil e até Gilberto Barros.
2 – Filmes
É a opção mais simples e imediata de todas. Recorrer ao acervo de filmes é tática usual e comum em todas as emissoras que visam preencher buracos de grade. Até a TV Globo, famosa por seu planejamento, utiliza essa tática nos buracos deixados pelo futebol e nas férias de sua linha de shows. A solução, que soa “preguiçosa”, hoje enfrenta duas barreiras que há pouco tempo não existiriam: os filmes hoje têm um potencial de audiência menor que anos atrás.
Apesar de conseguirem índices suficientes para manter a audiência de Raul Gil (aproximadamente 6 pontos), dificilmente conseguiriam dar muito mais do que isso, tendo em visto a própria audiência das sessões de filmes do SBT e share baixo do sábado à tarde.
O segundo ponto é a grande interrogação que há sobre o acervo de filmes do SBT atualmente. Os filmes remanescentes do contrato com a Warner são reprises antigas e hoje a gigante norte-americana é parceira da Globo, logo, a tendência é que a TV Globo segure os principais filmes da distribuidora hollywoodiana. A segunda parceira de maior destaque no SBT é a Columbia Pictures. Essa, sofre do mesmo problema da Warner. Possui a Globo como parceira que tem a preferência sobre seus títulos.
Abrir uma nova sessão de filmes, sem reforçar o acervo, não me parece a solução ideal. Sobre essa questão, já sugerimos aqui um acordo com a Universal Pictures (leia aqui).
3 – Operação Mesquita
É o projeto que, publicamente, há mais tempo está em andamento. O principal ponto aqui é o formato. Do que se trata “Operação Mesquita”? Os programas apresentados por Otávio Mesquita (“Okay Pessoal!”, “A Noite é uma Criança”, “Perfil”) sempre foram notabilizados por exibirem entrevistas e reportagens, sem um compromisso maior com a audiência, geralmente exibidos durante a madrugada.
A tarde de sábado é um território muito mais “hostil” em relação a audiência. Em “Okay Pessoal!” optou-se por retirar o programa do estúdio (para reduzir custos) e deixar o formato totalmente nas mãos de Mesquita (segundo o próprio, ele “só entregava a fita pro SBT exibir”). Um investimento aos sábados à tarde, tendo pela frente adversários mais fortes, demandará um investimento muito maior em dinheiro e atrações.
4 – Gugu Liberato / Celso Portiolli
Coloco os dois juntos, pois vejo o futuro de Celso diretamente ligado a uma volta de Gugu ao SBT. Gugu não saiu da melhor forma do SBT, mas ainda é, sem dúvida, um dos maiores apresentadores do país. É um colecionador de sucessos em sua carreira, tem identificação com a emissora e um recordista nato de audiência. Celso Portiolli, por sua vez, tem uma longa lista de serviços prestados ao SBT, se adaptando as mais diferentes situações (desde cobrir “férias forçadas” da Galisteu a substituir Gugu Liberato), tendo se adaptando a diferentes formatos e tendo uma lista de sucessos incríveis em sua carreira, apesar de menores que Gugu Liberato.
Hoje, o melhor cenário para o SBT é ter o dois em seu casting. Um aos sábados, outro aos domingos. O melhor cenário para mim seria uma volta “triunfal” de Gugu para os domingos. O SBT, no momento, enfrenta derrotas constantes de 11 da manhã até 8 da noite aos domingos, só se recuperando com o “Programa Silvio Santos”. A grade de domingo pede uma “chacoalhada” que seria dada pela própria importância da volta de Gugu. A grande questão seria não abandonar um nome tão importante para o SBT como Celso Portiolli. Para Portiolli seria reservado um grande programa aos sábados, digno de, quem sabe, assustar Luciano Huck.
O “Sábado Legal, com Celso Portiolli” poderia mesclar quadros antigos de Portiolli como o “Passa ou Repassa”, provas de aventura do “Curtindo uma Viagem” e quadros de namoro renovados e melhor produzidos como o “Azaração” (criação do próprio Portiolli que só teve uma edição na TV) ou o “The Bachelor” (tradicional programa de namoro norte-americano, já citado aqui nesta coluna).
Gugu de volta aos domingos, com Celso Portiolli aos sábados é o melhor cenário para o SBT.
E para você? Qual é a melhor opção para os sábados do SBT após a saída de Raul Gil?
*É graduado em Comunicação Social (Rádio e TV) pela Escola de Comunicação da UFRJ. Teve passagens pelo SporTV, como coordenador de produção, e pelos canais Esporte Interativo, onde foi coordenador de programação. Atualmente escreve artigos de opinião às segundas-feiras no SBTpedia